Primeiro estágio formativo




Grandes foram as alegrias, as motivações e as expectativas para vivenciarmos o nosso primeiro estágio formativo previsto no programa do noviciado. O mesmo foi realizado no período de 22 a 27 de maio deste ano junto aos assentados de Mucatu, município de Alhandra – PB. Fez parte do programa elaborado pelos formadores do noviciado Frei Fernandes e Frei Marcos Osmar antes do estágio estudo e reflexão sobre o estágio e no dia de iniciar o estágio uma positiva e enriquecedora explanação da conjuntura do assentamento feita por Frei Anastácio e Ir. Tânia. Esta explanação nos situar na realidade que iríamos vivenciar; interiorizar os textos de motivação colocados no programa do estágio; meditar a palavra de Deus; rezar pedindo a Deus o auxilio necessário para sermos servos do Pai no anúncio do Reino aos pequenos e necessitados.
Ao chegarmos a comunidade do assentamento João Gomes fomos bem acolhidos, percebemos a alegria e animação do povo em nos receber em suas casas; cada um de nós ficamos em uma casa, proporcionando assim uma maior presença na comunidade. Na avaliação do estágio podemos destacar que a experiência foi bem marcante, organizada e satisfatória; a realidade do assentamento é de um povo simples, humildes acolhedor e fraterno. Estavam todos bem animados para a vivência conosco durante os dias que lá passaríamos. A sua simplicidade e o seu carinho nos deixaram bem à vontade para nos inserirmos nas suas histórias de vida através das suas atividades do dia a dia: nos trabalhos do roçado, das partilhas de vida, das visitas às famílias e das celebrações em louvor a Nossa Senhora realizadas pela comunidade.
Participando assim da história de luta de um povo que ainda hoje se une para garantir os seus direitos de cidadãos. Luta com humildade e insistência contra a compra de terras a instalação da empresa ELIZABETH na comunidade, pois, a mesma causará danos a natureza e ao meio em que vivem. Relatam que aquele lugar está marcado com suas histórias, com o passado de lutas e é de onde garantem sustento as famílias, portanto é preciso preservar as terras, as nascentes e reservatórios naturais de água ali existentes e toda a região. Apesar de serem contra a instalação da fábrica, a mesma já está com causa ganha e alguns agricultores vendem-se, enfraquecendo a voz dos que clamam por igualdade e justiça.
Sentem-se abandonados pelo poder público do município que não favorece a mínima assistência à comunidade, onde não há escola, posto de saúde e nem apoio à associação e suas lutas. A comunidade sente-se abandonada e seus moradores enfraquecidos na luta e nos seus direitos. O povo também sente a falta de apoio e da presença da Igreja. Nesse sentindo lembram com s do apoio saudade e carinho do Frei Anastácio e da Frei Hermano José dedicado a eles em suas lutas pela posse daquelas terras e a permanência na mesma. O trabalho desenvolvido pelos frades ainda hoje os motiva a continuarem confiantes em seus trabalhos e em suas lutas, pois temem que com a instalação da Fábrica Elizabeth na aérea com o tempo poderão se sair do assentamento.
Apesar das suas grandes necessidades e das suas dificuldades ainda existe muita esperança de um povo carente de escuta e de apoio, puderam nos transmitir a alegria e motivação na caminhada, dando-nos coragem e força para evangelizarmos. Formamos muitas amizades que ficarão marcadas para sempre, além do aprendizado de sabermos que a nossa maior missão como franciscanos na evangelização é o serviço e a escuta de um povo que apenas necessita de atenção.
Pedimos a Deus Altíssimo que os abençoe em suas vidas e em suas lutas, que a mãe Maria Santíssima os cubra de bênçãos e que São Francisco seja o nosso maior intercessor no serviço aos mais necessitados.


Paz e bem!
Frei Pedro Neto, ofm


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